Desliguei o telefone, respirando fundo antes de abrir a porta do quarto. O peso da conversa com Andressa ainda estava comigo, mas eu precisava me recompor para enfrentar Rayane e manter a fachada de irmã dedicada. Voltei para a sala, esperando encontrar minha irmãzinha animada, planejando o chá de lingerie como se fosse o evento do ano. Mas, quando entrei, a cena era outra. Rayane estava sentada no sofá, o notebook fechado na mesa de centro, os braços cruzados e o rosto amarrado, como se tivesse acabado de receber uma má notícia.
— Ray, está tudo bem? — perguntei, hesitante, sentando-me ao lado dela. A energia vibrante de antes parecia ter evaporado.
— Sim. — respondeu ela, a voz seca, quase cortante, sem nem me olhar. Ela pegou o garfo e começou a mexer na comida, mas era óbvio que algo estava errado.
— Tem certeza? — insisti, tentando ficar tranquila, embora meu coração estivesse acelerando. — Você estava toda empolgada com o chá há cinco minutos. Aconteceu alguma coisa?
— Não,