capítulo 32

Hotel Serramar

Narrado por Gustavo Henrique Oliveira Andrade

Ela se levantou da cama, segurando a toalha frouxa, sem pressa, como se o quarto não estivesse carregado feito um campo minado.

— Vira pra lá, Gustavo. — disse, rindo leve. — Vou trocar de roupa. Cavalheirismo, por favor.

Virei de costas, obediente. Ou tentando ser.

O som da toalha caindo no chão veio como um tiro abafado.

Cerrei os olhos. Inspirei fundo.

O barulho da mala sendo revirada, a respiração dela, o som do corpo se mexendo...

Era demais.

Virei o rosto, rápido, sem pensar.

E vi.

Lorena estava de costas, completamente nua, o corpo desenhado como pecado — a curva da bunda, perfeita, forte, a pele brilhando sob a luz.

Ela puxava o sutiã pelos braços, distraída, sem notar nada.

O mundo girou.

O sangue ferveu.

O peito disparou num soco seco.

Não pensei. Não respirei. Não raciocinei.

Soltei a única coisa que consegui articular:

— Preciso ir.

A voz saiu seca, tensa.

Sem olhar de novo.

Sem esperar ela responder.

Sem ouvir s
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