capítulo 30

Quarto 312 — Hotel Serramar

Narrado por Gustavo Henrique Oliveira Andrade

O quarto respira no ritmo dela.

Lorena adormeceu aninhada no meu peito, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Como se não soubesse o tanto de escuridão que carrego nas costas.

Fico olhando pro teto, sem sono, ouvindo a respiração dela — leve, quente — batendo contra minha clavícula.

As palavras dela ainda ecoam na minha cabeça.

"Já me apaixonei... Às vezes era só coisa da minha cabeça... Amor não correspondido..."

E depois, como quem fala de uma batalha vencida sem medalha: "Segui minha vida."

Respeito. É isso que sinto primeiro.

Não só pelo que ela é. Mas pelo que ela não exige ser.

Lorena nunca me cobrou nada. Nunca me pediu nada.

Só ficou aqui.

Feito trincheira que a gente descobre no meio da guerra e agradece em silêncio.

Olho pra ela.

O cabelo espalhado no meu ombro. O baby-doll preto desenhando cada curva como se tivesse sido pintado à mão.

Mas não é o corpo que me prende — é a calma.

É essa
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