Me joguei no sofá, tentando ignorar o nó no meu peito. O som batia alto, as luzes piscavam sob o reflexo da TV desligada, e as garotas riam, dançando como se não houvesse amanhã. Eu queria acreditar que estava ali, inteiro, mas cada detalhe daquela noite só parecia me afastar ainda mais.
Então uma loira de vestido curto parou na minha frente. Os olhos claros dela me fixaram com uma ousadia que não deixava espaço para dúvidas. Ela começou a dançar devagar, cada movimento calculado, sensual demais para ser inocente. O corpo dela se inclinava, deslizava ao ritmo da música, e por mais que eu tentasse entrar naquele jogo, o rosto que me vinha à mente não era o dela. Era o de Isabela.
“Droga…” pensei, apoiando o braço no encosto do sofá, tentando me convencer a desligar a mente.
Nesse momento, Léo surgiu com a energia de sempre, arrastando a mesinha de centro até a minha frente. Ele se jogou ao meu lado no sofá, rindo alto, o braço batendo contra o meu ombro.
— Tá muito sério, parceiro! — e