Com passos apressados, Elena percorreu o longo corredor da mansão, guiada apenas pela lembrança do gesto silencioso de Mag, que indicara a porta, a mesma que ela havia entrado naquela madrugada, o quarto cor de rosa. O som abafado de seus pés descalços contra o tapete aveludado contrastava com a batida acelerada de seu coração. O aroma amadeirado do lugar, misturado ao perfume leve de lavanda que vinha das cortinas, deixava o ar denso, quase íntimo. A luz do fim da tarde filtrava-se pelas grandes janelas do corredor, tingindo tudo com tons dourados e alaranjados, como se o tempo tivesse desacelerado.
Diante da porta, Elena hesitou. Sabia muito bem onde estava prestes a entrar: o quarto da filha falecida de Dante. Um cômodo que carregava memórias, silêncios e, agora, ele.
Antes de abrir, ela olhou para trás, como se buscasse algum tipo de apoio — Mag, talvez —, mas o corredor estava vazio. Respirou fundo. A mão direita tocou a maçaneta fria. Girou-a devagar, como quem teme despertar al