A Deusa da guerra

As imagens da câmera ainda martelavam na mente de Firmino enquanto ele e Mag subiam, em silêncio pesado, os degraus de madeira que levavam ao segundo andar da mansão. A cada passo, o som seco dos sapatos ecoava pelo saguão, onde o ar era carregado pelo aroma forte de madeira encerada, veludo antigo e um leve toque de flores secas — como se a casa tentasse disfarçar sua atmosfera opressora com perfumes decadentes.

Apesar do luxo que os cercava — os corrimões dourados, as tapeçarias suntuosas, os lustres de cristal que lançavam sombras elegantes pelas paredes —, nada ali parecia bonito o suficiente para conter a tempestade silenciosa que se armava dentro de Firmino. Uma fúria densa, quase sólida, se expandia dentro dele como fumaça negra em um quarto fechado.

Alguém havia invadido as câmeras. Alguém ousou ultrapassar uma linha invisível — e Firmino sabia que, se aquilo fora apenas o começo, o que viria depois poderia ser muito pior. Ele precisava estar pronto. Precisa agir antes que fos
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