109. A reconstrução do santuário e a ressurreição do amor
O pedido de Jessica, "Fique, Luigi", sussurrado em meio à vulnerabilidade da doença e ao alívio do cuidado, ecoou na suíte master da mansão Calegari com a força de um perdão. Não era uma palavra dita, mas um sentimento concedido, uma porta que se entreabria após meses trancada a sete chaves. Para Luigi, que passara a noite velando o sono febril da esposa, segurando sua mão como se ela fosse a única âncora em seu oceano de arrependimento, aquele pedido foi como ouvir a primeira nota de uma sinfonia que ele pensava ter sido perdida para sempre.
Nos dias que se seguiram, enquanto Jessica se recuperava da forte virose, Luigi tornou-se seu cuidador incansável. Ele não saiu de seu lado. Dormia na poltrona ao lado da cama, despertando ao menor suspiro dela, sempre pronto com um copo d'água, um remédio na hora certa, uma compressa fresca para a testa. Coordenava a casa com Dona Matilde, garantia que as crianças mantivessem sua rotina para não preocupar a mãe, e administrava os assuntos mais u