142. O desafio da fazenda e a conquista de um novo território
Deixar a Amazônia foi, para Gabriel e Maya, como sair de um sonho febril para a luz crua da realidade. A cidade de Manaus, com seu porto movimentado e seu calor úmido, já era um contraste gritante com o silêncio e a imensidão verde que haviam sido seu lar e seu estúdio por quase um ano. Hospedados em um hotel confortável, a promessa de Gabriel de construir um "novo mundo" juntos pairava entre eles, cheia de amor, mas também de uma ansiedade palpável.
"Gabriel, eu preciso ser honesta com você", Maya disse, certa noite, enquanto observavam o movimento do Rio Negro da varanda do hotel. "Sua proposta... de ficarmos juntos, de construirmos uma vida... é tudo o que meu coração, que eu nem sabia que ainda batia, deseja. Mas eu tenho medo."
"Medo de quê, meu amor?", ele perguntou, segurando a mão dela.
"Do seu mundo", ela confessou, a voz baixa. "Eu não sou como a sua família. Eu não pertenço a mansões, a jantares de gala, a conselhos de administração. Meu lugar é com minha câmera, na poeira,