141. O guardião da selva e o encontro de duas almas selvagens
Enquanto o clã Calegari celebrava a chegada de novos membros e o sucesso de seus empreendimentos na Europa e no Brasil, um de seus ramos mais singulares fincava raízes profundas no coração do mundo: a Amazônia. Gabriel Calegari, o filho do meio, o espírito livre, havia encontrado na imensidão verde da floresta não apenas uma causa, mas a sua própria essência.
Os anos que se seguiram à sua partida como um jovem voluntário o transformaram. Agora, aos vinte e quatro anos, Gabriel era um homem forjado pelo sol, pela chuva e pela sabedoria da selva. Sua pele estava bronzeada, seus músculos, definidos pelo trabalho árduo, e em seus olhos, havia uma serenidade e uma determinação que o diferenciavam de seus irmãos. Ele não era o engenheiro de futuro, nem o artista de alma, mas o guardião, o protetor.
O "Fundo Amazônia Calegari", que ele propusera com a paixão de um neófito, tornara-se, sob sua liderança direta e prática, uma das organizações de conservação mais ativas e respeitadas da região.