Narrado por Sarah
O restante daquele dia de trabalho foi um borrão. Minhas mãos digitavam, meus lábios proferiam respostas profissionais, meu corpo se movia entre reuniões e tarefas, mas minha mente estava em outro lugar. Flutuava entre a imagem de Marcus e Gabriela e a do olhar intenso de Leonardo Ferrari. Eu me senti dividida, uma parte de mim em ruínas, outra em alerta, quase excitada pela nova dinâmica que se formava com meu chefe. Era perigoso. Muito perigoso.
Ao fim do expediente, me forcei a ir à academia. Precisava descarregar a adrenalina, a raiva, a dor que ainda me corroía. Cada repetição, cada quilômetro na esteira era uma punição, mas também uma libertação. Lá, em meio ao suor e ao esforço físico, eu permitia que a fúria em mim se expandisse, moldando-se em uma nova forma de energia. Eu não estava apenas fugindo da dor; eu estava transformando-a em força.
Quando cheguei em casa, o silêncio era menos opressor. Abracei minha rotina. Jantei algo leve, li algumas páginas de u