Rebeca
 A viagem foi longa, e o cansaço pesava nos meus ombros, mas não consegui pensar em descanso. Assim que o avião pousou, dei instruções para que minhas malas fossem direto para o hotel. Eu não iria para lá. Meu destino era outro.
 Passei o endereço para o taxista, tentando controlar a ansiedade que me consumia a cada quilômetro percorrido. Quando o carro parou em frente ao hospital, meu coração acelerou com uma dor que ameaçava me destruir. Assim que saltei, avistei Nathifa me esperando na entrada. Os olhos dela estavam vermelhos e inchados.
 Assim que nos abraçamos, ela desabou em prantos.
 — Eu quero vê-lo agora mesmo — pedi com a voz firme, mesmo que por dentro estivesse desmoronando.
 — Amiga… ele está em coma. Não adianta.
 — Eu não me importo, Nathifa. Quero vê-lo. Preciso vê-lo — repeti, agarrando-me à única certeza que me restava: meu amor por ele.
 Ela assentiu com pesar.
 — Tudo bem. Vou falar com o médico para te deixar entrar.
 Por um momento, o silêncio entre nós fo