A mala caiu sobre o chão de madeira com um baque seco, mas Reginald não se importou com o som. Estava de volta após quinze dias de viagem pelos hotéis e resorts da corporação, mas em nada aquilo lhe trouxera paz. Passara dias imerso em planilhas, relatórios e inspeções rigorosas, tentando ao máximo manter a mente ocupada. Mas nenhuma sala de reunião, por mais luxuosa que fosse, conseguia apagar de sua memória o gosto dos lábios de Evelyn.
A lembrança era como uma maldição: o toque suave, o cheiro do perfume dela, a maneira como o mundo parecia parar por alguns segundos… tudo aquilo lhe corroía a alma.
Ele se jogou no sofá da própria sala, afrouxando a gravata. O celular vibrou ao seu lado. Era Veronica.
Ele apenas virou o aparelho com a tela para baixo, sem atender. Desde o episódio no restaurante, em que percebera a encenação armada para pressioná-lo, algo se partira entre os dois. Não havia mais encanto, nem respeito — apenas um pacto de aparências. E ele já não via sentido em susten