Veronica estacionou o carro novo no pátio da prisão com um suspiro curto, quase inaudível. O motor silenciou, mas dentro dela o ruído persistia. Não suportava aquelas visitas. A um observador desatento, talvez parecesse fria, até imune. Mas por dentro, tudo nela gritava.

Odiava estar ali. Odiava o cheiro de concreto úmido e o ranger dos portões pesados. Mas acima de tudo, odiava Henry — ou pelo menos, o homem em que ele havia se transformado. Ainda assim, seguia voltando. Mesmo tendo sido ela a responsável pela denúncia que o colocara ali, era a única que ainda o visitava. E ele sabia disso.

Porque havia um pacto. Um acordo velado, feito em silêncio e sustentado por conveniência e segredos. Ela cuidava do dinheiro que ele colocara em seu nome — cifras frias, espalhadas por contas anônimas e ativos lavados com habilidade. E, em troca, ela exigira a metade das ações que ele tinha da Ashbourne. Quinze por cento das ações agora são todas dela. Henry desfrutava das regalias qu