Dois anos e alguns dias após o pior dia da vida de Vittoria se passaram, e mesmo assim ela ainda carrega no peito uma dor silenciosa que permanece firme e profundamente enraizada em seu coração.
Essa dor lateja como uma ferida que jamais cicatriza, sempre presente, sempre profunda, sempre pronta para mostrar que nada voltou ao lugar desde aquele dia.
— Como você está se sentindo, Solene? — Elara pergunta, quebrando o longo silêncio entre elas com a calma profissional de quem sabe exatamente onde tocar sem provocar ainda mais dor.
— Quebrada. — Vittoria responde, soltando um longo suspiro carregado de fúria contida. — É tão idiota estar aqui, principalmente porque odeio terapias, e só fazia essas merdas por causa dele.
Ela deixa uma risada sarcástica escapar, porque mesmo com ele morto, ela continua fazendo terapia por causa dele, mas agora é para aprender a sobreviver à ausência que ele deixou.
Nesses dois anos que se passaram, Vittoria se obrigou a aprender a viver sem qualquer apoi