Érico
Deixei a Laís falando sozinha. Sinceramente? Que ela se danasse depois do que fez. Só o que me aliviava um pouco era a possibilidade de, quem sabe, ter uma nova chance na Ramiro Engenharia… agora que a verdade tava vindo à tona.
Dirigi sem rumo por vários quarteirões. Nem sabia direito onde tinha ido parar. Só queria colocar a cabeça no lugar. O resto eu resolvia depois.
Estacionei num acostamento e liguei o rádio. Peguei uma música instrumental… bom, pelo menos ajudava a acalmar.
A calmaria durou até o intervalo comercial. Um monte de propaganda idiota. Comecei a girar o botão, procurando outra estação… até que uma frase me fez congelar.
Monteverde.
Não era um nome comum. E do jeito que o repórter falava, com a voz exaltada, o estômago virou na hora.
Notas superfaturadas… desvio de verba… fraude em licitação…
Fechei a mão no volante, processando o que tava ouvindo.
"Acho que a casa do velho caiu…" pensei, com um misto de surpresa e… pra ser bem honesto… satisfação.
Continuei ou