Capítulo 53

Monteverde

Minha mesa parecia cenário de guerra: papéis espalhados, o copo de uísque já cheio e esvaziado tantas vezes que eu nem lembrava mais qual rodada era. O relógio marcava pouco mais de vinte minutos desde a última ligação com o Rômulo… e, como sempre, ele demorou pra dar retorno.

O celular vibrou.

Mensagem dele:

"Já forjei um assalto. Ela tomou um susto."

Cerrei os dentes.

"E os documentos?"

A resposta veio seca:

"O senhor não disse que era pra pegar nada específico."

Fechei os olhos, respirando fundo, antes de digitar com os dedos duros de raiva:

"Você é burro, delegado?"

Demorou, mas quando veio, foi com o veneno de sempre:

"Se eu fosse o senhor, não ofenderia um homem da lei por mensagem."

Engoli o palavrão… mas não sem antes despejar mais um:

"Pro inferno você e seus capangas porcos!"

Três pontinhos de digitação… depois outra estocada:

"Cuidado, senhor… acho que a coisa tá mais fedida do que parece."

Arqueei a sobrancelha.

Antes que eu respondesse, veio outra:

"Vou te cont
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