Monteverde
Minha mesa parecia cenário de guerra: papéis espalhados, o copo de uísque já cheio e esvaziado tantas vezes que eu nem lembrava mais qual rodada era. O relógio marcava pouco mais de vinte minutos desde a última ligação com o Rômulo… e, como sempre, ele demorou pra dar retorno.
O celular vibrou.
Mensagem dele:
"Já forjei um assalto. Ela tomou um susto."
Cerrei os dentes.
"E os documentos?"
A resposta veio seca:
"O senhor não disse que era pra pegar nada específico."
Fechei os olhos, respirando fundo, antes de digitar com os dedos duros de raiva:
"Você é burro, delegado?"
Demorou, mas quando veio, foi com o veneno de sempre:
"Se eu fosse o senhor, não ofenderia um homem da lei por mensagem."
Engoli o palavrão… mas não sem antes despejar mais um:
"Pro inferno você e seus capangas porcos!"
Três pontinhos de digitação… depois outra estocada:
"Cuidado, senhor… acho que a coisa tá mais fedida do que parece."
Arqueei a sobrancelha.
Antes que eu respondesse, veio outra:
"Vou te cont