Laís
Depois do último encontro com o Monteverde, nada de novo apareceu. Só vi o Érico encontrar aquela loira sem graça e depois voltar pro apartamento. Pouco depois, o Aurélio — amigo do meu pai e do Monteverde — também chegou lá. Se ele foi pessoalmente, é porque alguma coisa séria estava acontecendo. E eu queria descobrir o quê.
Estava no meu quarto, fazendo caretas pro espelho e tirando selfies por pura preguiça de existir, quando ouvi o carro do meu pai sendo guardado na garagem. Provavelmente ele sabia de alguma coisa. Larguei o celular na cama de qualquer jeito e desci as escadas, o salto ecoando no mármore como trilha sonora de novela.
— Pai! — chamei, já o abraçando pelo pescoço e dando um beijo estalado na bochecha.
— Oi, princesa! Tá cheirosa, vai sair?
Eu era a única filha de Vicente e Cátia Werman — e, por isso, mimada com gosto. Estudei num colégio na Suíça, mas assim que terminei o ensino médio, meus pais me trouxeram de volta com uma missão clara: conquistar Érico Monte