Capítulo 19
Rômulo
Eu tinha dados o suficiente pra intimidar qualquer um — e sabia muito bem que o velho Monteverde não era exceção.
Peguei o telefone, respirei fundo e disquei direto pra Monteverde Construtora. A voz da recepcionista saiu toda polida:
— Boa tarde, Monteverde Construtora, com quem eu falo?
— Delegado Rômulo Medeiros — falei seco, cada sílaba como um prego. — Fale só isso e garanto que ele vai me atender.
Ela hesitou, a respiração um fiapo de medo.
— Um momento, por favor.
Eu sabia: não se recusa uma ligação de delegado. Dez minutos depois, a voz do velho veio pela linha.
— Alô? Érico Monteverde falando.
Sorri devagar, sentindo o poder nas minhas mãos.
— Senhor Monteverde… eu tenho algo que pode lhe interessar. Ou, quem sabe, complicar muito, caso o senhor não saiba conversar comigo.
Ele ficou em silêncio, mas eu ouvia a respiração pesada do outro lado.
— Eu cruzei dados, Monteverde. Empresas, contratos, movimentação de dinheiro que não faz sentido… lavanderias que só