A porta se fechou com força atrás de Ema, deixando o eco seco de sua fúria vibrando no salão de jantar. O silêncio que seguiu foi tão pesado quanto chumbo. Ninguém ousou falar primeiro; apenas o tilintar solitário de um talher que caiu da mão trêmula de Gisele quebrou a quietude.
— Vocês… — Antônio, o pai de Ema, foi o primeiro a encontrar a voz, embora embargada de indignação. — Vocês esconderam isso por décadas? Uma promessa feita sem nosso consentimento? Sem sequer cogitarem o que isso faria com nossas famílias?
O avô de Ethan, rosto duro, apoiou as mãos sobre a mesa. Os olhos carregavam uma determinação que parecia não se abalar pelo escândalo.
— Foi um pacto de honra — disse ele, firme, encarando Antônio. — Seu pai e eu servimos juntos, lado a lado, derramando sangue, enfrentando a morte. Selamos o futuro de nossas famílias como sinal de respeito e união. Era o destino deles.
— Destino? — Domício, pai de Ethan, bufou, empurrando a cadeira para trás. — Vocês jogaram duas vidas em