Anna é uma jovem de 16 anos que vê toda sua vida mudar após descobrir que é adotada e que existe um universo paralelo ao dela que é seu verdadeiro lar, neste outro mundo Anna irá descobrir um mundo que vive preso a uma maldição e que é dominado por uma rainha com poder para eliminar quem ela desejar, para que esse mundo se veja livre desta maldição Anna nossa heroína terá que lutar ao lado de Kaarl um príncipe extremamente atraente que está fortemente ligado a ela, porém este príncipe é nada mais nada menos que o filho da rainha má, será que ele estará mesmo ao lado de Anna? Será que ele de fato lutará por ela? O Quinto elemento é o primeiro livro de uma série romântica que falará sobre os quatro elementos e sobre é claro o quinto elemento, o amor, capaz de unir qualquer coisa.
Ler maisSabe aquela sensação de liberdade que as pessoas costumam dizer que os órfãos sentem por não terem ninguém para lhe impor limites, pois é... Nunca tive. Talvez fosse por que eu não era uma órfã propriamente dita já que eu apenas não tinha sido criada pelos meus pais, na verdade eu nem os tinha conhecido, não sei quem foi meu pai, minha vó disse que não o conheceu, e minha mãe... Bom, ela desapareceu do hospital no mesmo dia que eu nasci, uns dizem que ela surtou por causa do uso excessivo de drogas, outros dizem que ela apenas não queria o compromisso de limpar fraldas, eu não sei ao certo o que aconteceu ou por que ela me abandonou, mas apesar de tudo isso ter acontecido comigo eu nunca fui uma adolescente revoltada ou tive crises existenciais, na verdade eu era bem resolvida com isso.
Sentada em uma cadeira estreita demais para o meu traseiro, me senti desconfortável; mas não tão desconfortável como, com certeza, estava à diretora do colégio, que tentava se livrar de um professor pervertido que insistia em dançar com ela na frente de todos.
Levantei-me meio a contragosto, tentando passar despercebida pelos outros, e escapei pela porta dos fundos. Mais alguns metros e eu teria a bendita liberdade que todos os adolescentes almejavam. Olhei para os lados para ter certeza de que não estava sendo seguida, e então pulei no muro que dava acesso aos fundos da escola “Isso, liberdade!”, minha mente gritava em êxtase pela minha primeira fuga da escola bem-sucedida.
Até que virei à esquina e deparei com meu avô; ele tinha as mãos nos bolsos da sua velha calça de sarja e usava sua boina verde escuro; e estava me observando com o rosto sério.
- Eu deveria ter imaginado que fugiria da aula.
- Vovô, essas festas de escola são muito chatas, eu não me enturmo fácil, sabe como é e, bom, tem os garotos eles preferem as meninas populares.
- Sua mãe era popular na escola.
- Sim, ela era, era popular, bonita, inteligente, tinha muitos amigos, a pessoa perfeita.
Meu avô soltou uma gargalhada.
- Tem razão, então ela saiu da escola para ir à faculdade, tornou-se hip e virou a cabeça da sua avó em um inferno. Vivia em bares declamando poemas sombrios e tristes e pelos cantos da cidade usando drogas até que conheceu seu pai, engravidou, e você nasceu.
- Aí, ela fugiu do hospital e me deixou para trás, e nunca mais ouvimos falar dela. Tem ideia de quantas vezes eu ouvi essa história? Por que a está contando pela milésima vez?
- Porque achei que era uma boa hora para mostrar a você a sorte que tem em nos ter para lhe amparar pelo melhor caminho.
- Não vai me obrigar a voltar lá, vai?
- Não, mas deveria. Vamos dar uma volta, logo estará na hora de voltar para casa e sua avó não vai desconfiar que você fugiu.
Abracei meu avô. Ele era, sem dúvidas, o melhor avô desse mundo. Eu sabia que estava errada por fugir, ele também sabia que eu merecia um bom castigo, mas ainda assim ele entendia o meu lado.
“Olá, meu nome é Anna, Anna Elizabeth Rasmus, tenho 16 anos...”.
E era assim todos os anos, quando os professores pediam para escrever um texto sobre nós mesmos. As palavras morriam logo na primeira frase: o que eu iria dizer? Que eu era criada pelos meus avós que, apesar de estarem juntos há 50 anos, viviam de pé de guerra? Que eu tinha tios completamente loucos e que em toda janta de família rolava uma guerra de comida? Que minha tia mais velha estava tentando me enlouquecer dizendo que havia outros mundos por ai e que eu certamente pertencia a outro lugar? Talvez eu devesse escrever sobre a vida louca da minha mãe, que tinha virado hip e fugido do hospital depois de dar à luz, ou falar sobre o meu pai que eu nunca conheci... No fim das contas, não havia nada que eu pudesse escrever de interessante.
A maioria dos textos dos meus amigos era algo como meu pai faz isso, minha mãe aquilo, eu vou fazer faculdade e me tornar um excelente profissional... E lá estava eu tentando pensar nisso e amassando mais uma folha de papel com um texto fracassado.
Eu moro na Finlândia, mais precisamente em Naantaly, aqui faz muito frio e no inverno pode chegar até a – 16 graus, com uma sensação térmica bem menor que isso, como se já não fosse o bastante...
O lado bom de ser quem eu era, era que ninguém ficava me cercando em casa porque achava que eu podia pirar assim como minha mãe tinha pirado e fugir de casa; então, meus tios não pegavam muito no meu pé. Vesti um casaco grosso e comecei a descer as escadas.
- Vocês precisam parar de mentir para ela, ela precisa saber quem é! Desde que ela nasceu, essa mentira tem feito dela uma refém. Não entendem que a estão prejudicando lhe negando a verdade?
- Estamos protegendo ela! Hely morreu porque não intercedemos, porque permitimos que ela soubesse da verdade. Não cometeremos o mesmo erro com Anna.
Morta? Minha mãe estava morta? Mesmo sem conhecê-la, senti um nó no estomago. Por que eles não tinham me contado? O que teria acontecido? Eu não era mais tão criança, tinha o direito de saber o que tinha acontecido com ela. Teria sido um acidente? Ou seria verdade o que todos falavam: que ela era uma drogada; será que era por causa de drogas que ela tinha morrido? Ainda assim, eu merecia saber a verdade. Aproximei-me para escutar melhor, porém, pisei em falso na escada e precisei me segurar com pressa no corrimão para não cair.
- Anna?
Minha avó me olhou séria, parecendo ficar preocupada com o que eu já tinha ouvido. Eu fiquei séria, engolindo minha saliva sem saber se eu corria dali ou se perguntava o que estava acontecendo. Minha tia rapidamente pegou a bolsa e saiu para a rua.
- O que estavam falando sobre minha mãe? – tomei coragem para perguntar ao meu avô, que suspirou longamente e passou a mão no rosto.
- Nada importante querida, sua tia apenas ouviu boatos na cidade e veio nos contar, somente isso.
Eu deveria ter insistido, ter dito a ele que eu tinha ouvido a conversa e que eu sabia que não era isso. Eu devia ter dito que tinha escutado sobre a morte de minha mãe, mas por algum motivo resolvi ficar calada. Durante toda a vida eles tinham feito de tudo para que eu tivesse uma boa educação, se estavam tentando me proteger de algo, então era porque era melhor eu não saber. Ainda assim, eu daria um jeito de descobrir a verdade; o meu jeito, é claro.
Passei o dia no quarto de minha avó procurando pelas fotos de família que eu sabia que ela tinha escondido lá em algum lugar, mas não tive muita sorte. J á estava desistindo, quando uma fotografia caiu de cima do roupeiro; era uma foto de um homem alto, segurando um bebe nos braços. Minha vó entrou no quarto e levou um susto a me ver ali.
- Anna, o que faz aqui?
- Estava procurando fotos de família, preciso de uma foto de minha mãe para um trabalho de escola.
Minha avó empalideceu sem motivo, era apenas uma foto de minha mãe, eu sabia que ela tinha sumido com todas as fotos, mas não era possível que não tivesse sobrado uma.
- Trabalho de que disciplina?
- Filosofia... Ora, qual o problema vovó, é só uma foto!
- Onde achou essa que está na sua mão?
- Ela caiu quando fui empurrar a caixa no lugar, mas não sei quem é.
- Deixe disso, vou encontrar uma foto para você. Agora, saia do meu quarto; não gosto de ninguém mexendo nessas coisas.
Dei de ombros, era melhor não insistir, mas a cada segundo eu ficava mais intrigada com tudo: por que tanto mistério? Por que tantos segredos?
À noite, jantei em silêncio, e quando minha tia se retirou eu fui atrás dela; ela poderia me contar.
- Tia Tarja?
- Diga querida.
- Por que eles não querem que eu saiba que a mamãe morreu?
Minha tia me olhou séria, largando o leptop no mesmo instante e o colocando para o lado.
- Como sabe disso?
- Eu ouvi enquanto conversavam, perguntei para minha avó e ela desconversou; qual é o problema?
- Querida, eu sou proibida de tocar nesse assunto, me perdoe, mas se eu lhe contar, seus avôs me colocam para fora daqui.
- Eles não fariam isso.
- Sim, eles fariam, sinto por não poder ajudar Anna, mas isso é algo que deve saber por seus avós.
- Eles nunca vão me contar a verdade.
- Sinto muito.
Eu me levantei com raiva. Não adiantava brigar com minha tia, ela não tinha culpa, ela não tinha escondido isso de mim, não tinha mentido para mim. Eram meus avós quem eu devia confrontar. Resolvi ir me deitar, porém, não dormi durante toda a noite pensando nos motivos que eles teriam para esconder a verdade de mim. Quando o sol entrou por trás da cortina e uma brisa soprou pelo quarto, eu levantei rapidamente; estava cansada de ficar na cama, queria perguntar a eles a verdade antes que meus tios levantassem. E dessa vez eu não descansaria até que descobrisse tudo.
Desci as escadas e, antes de entrar na cozinha, ouvi claramente quando minha avó reclamou com meu avô.
- Anna está desconfiada, não vai demorar muito para descobrir que não é nossa neta.
- Não seja louca velha, ela nem desconfia que Hely não seja nossa filha.
- Por favor, meu velho, eu a peguei em meu quarto ontem procurando as fotos de família. Eu e você somos ruivos, assim como as tias e tios dela, somente ela e a mãe têm aqueles cabelos pretos e a aquela pele branquinha. E os olhos? Já viu como os olhos dela lembram os da mãe? Azuis, azuis como duas pedras preciosas, qualquer um desconfiaria, é só uma questão de tempo para ela descobrir!
Meus braços caíram pelo corpo e fiquei sem ação. Tudo que eu tinha ensaiado até então não fazia nenhum sentido. Eu não era neta deles? Nem minha mãe sua filha? Então quem eu era? Quem era minha mãe?
- Eu não sou neta de vocês?
Consegui sussurrar tão baixo, que achei que minha voz nem tinha saído. Porém, foi o suficiente para que os dois se virassem e me olhassem assustados. Minha avó levou a mão na boca e deu dois passos para trás, sem saber o que fazer; meu avô veio em minha direção como se quisesse me amparar, porém, eu disparei para o outro lado da cozinha.
- Se eu não sou quem eu acho que sou, então, quem eu sou? Quem é minha mãe? E o que houve com ela?
- Querida, por favor... Acalme-se!
- Vocês mentiram para mim! Mentiram!
Quando o dia seguinte amanheceu eu abri os olhos com calma e logo reconheci o rosto de minha tia. - Tia Tarja? Eu olhei em volta vendo que eu ainda estava no castelo. - Olá querida, como se sente? - Bem, só um pouco cansada. - Você dormiu por cerca de dois dias, Hermes veio me chamar em meu mundo para que eu viesse cuidar de você... - E Kaarl o que houve com ele? Onde ele está? - No corredor, ele ficou ao seu lado durante todo o tempo, mas eu quis um minuto a sós com você, e veja só parece que tive sorte, nesse meio tempo você acordou. - E ele está bem? - Está você o curou... – Ela se levantou. – Eu vou chama-lo para que vocês possam conversar, porém Anna vá com calma, ele está... Diferente. Assim que ela saiu da cama eu me levantei, pus os pés no chão sentindo os pelos do carpete amaciar minha pele, levantei-me e caminhei até a janela olhando a beleza do mundo de Taika e enquanto eu estava de costas a p
Eu voltei a segurar o rosto dele entre minhas mãos. - Sua mãe não era um monstro, ela tornou-se um monstro, existe algo bom em você e eu acredito que esse lado bom pode dominar o que há de ruim. Ele segurou minhas mãos e as tirou do rosto dele se aproximando de mim o suficiente para eu sentir sua respiração contra o meu rosto. - Fala como se pudesse confiar em mim novamente, você pode? Pode confiar em mim novamente? Eu me aproximei dele vencendo o espaço entre nós e o beijei como se aquela também fosse uma resposta, eu não tinha certeza se podia confiar nele ou não, mas eu também não sabia o quanto eu podia confiar em Tiina, e sabendo agora que o lado bom nem sempre foi de fato bom talvez o lado ruim tivesse uma razão para existir. Uma das mãos de Kaarl me segurou pela cintura e me puxou para ele enquanto outra desceu em minha nuca pressionando minha boca na dele de uma forma faminta, necessária como se ele quisesse possuir cada pedaço de mim
Procurei por Kaarl no escritório, no quarto, no salão comunal e em toda parte, mas ele parecia não estar em lugar algum, foi quando eu lembrei do que Olli tinha dito sobre ele ter voltado a ser o guerreiro que ele era, e se ele tinha voltado a ser isso só havia um lugar que ele poderia estar, a sala de armas. A sala de armas em minha opinião era um dos lugares secretos de Taika que não deveriam existir, mas era um reino que tinha vivido toda sua existência em guerras, as paredes do lugar estavam repletas de equipamentos usados por aquelas pessoas para destruir qualquer um que atravessasse a fronteira, lá estavam, canhões, carabinas, bestas, espadas, punhais, arco e flechas, lanças, catapultas, alabardas, enfim... Toda e qualquer coisa que pudesse vir a matar. E lá estava Kaarl, novamente sem a camisa e com os punhos enfaixados socando algo que em meu mundo era conhecido por atletas que praticavam boxe, mas que tinha suas diferenças no mundo dele o saco não era feito
No dia seguinte Kaarl se encontrou com Olli no campo de treinamento, olhou Anna de longe treinando, ela estava dando uma verdadeira surra em Makki. - Quando foi que ela ficou tão boa? - Ela tem se esforçado muito e para ser sincero acordou com a corda toda hoje, eu se fosse você não arriscaria. - Não vou, não estou querendo encontrar motivos para confrontá-la ultimamente. Olli parou o olhando. - Ok, seja sincero agora estou tomando essa liberdade por que a algum tempo observo vocês, vamos lá, é fingimento não é? - Do que está falando? - O relacionamento de vocês, não pode ser real, eu vejo a forma hostil com que ela te trata e você também parece tratar de tudo com frieza... Kaarl suspirou esfregando as mãos no rosto. - Se eu disser que sim vou estar envolvendo você em uma verdadeira guerra e Anna não me perdoaria. - Você não está me envolvendo em nada, eu conclui isso sozinho, faz tempo que percebi, poré
Eu quase tive tempo de chegar ao meu quarto até ele conseguir me alcançar, mas ele me segurou pelo braço antes que eu encostasse na maçaneta. - Espere Anna... - O que é agora? Ele abriu a porta do quarto para mim e fez um sinal para que eu entrasse. Assim que entramos ele trancou a porta atrás de si. - Eu não menti quando disse que talvez não pudesse protegê-la, eu sei que confia que em Taika estará mais segura, mas sabe que isso não é totalmente verdade, o seu mundo oferece muito mais tranquilidade que você poderá encontrar aqui... - Não estou procurando por tranquilidade. - E o que está procurando? Se matar? - Meu pai me falou que Jarkko queria a varinha das herdeiras... - Sim, e pode apostar que assim como ele muitos viram atrás dela. - As pessoas a querem por que não sabem o que irão enfrentar a varinha não pode ser dominada por qualquer um, ela tem um único dono ou dona, sei lá. Ele parou me
Abri meus olhos confusa de onde estava ao meu redor eu podia ver a nevoa branca se desfazendo calmamente, logo comecei a reconhecer aquele lugar, toquei meu corpo desesperada. - Não, isso não pode estar acontecendo... Não eu tenho que... Eu preciso voltar! Fechei os olhos com força e senti um tremor forte, minhas mãos estavam formigadas e meu corpo parecia adormecido e pesado, abri os olhos calmamente e deixei a respiração adentrar em meus pulmões mais calma, sobre mim eu podia sentir o peso do corpo de minha vó e meu vô que choravam descompassados, olhei ao redor e vi tarja de joelhos ao lado da cama. - Tia? Vô? Vó... Tomei coragem para poder falar, a cabeça de minha vó se ergueu do meu peito e eu vi seus olhos se explodirem de espanto. - Viva! Ela está viva! Eu sentia meu corpo inteiro doer como se muitos ossos tivessem se quebrado, mas sim ela tinha razão eu estava viva, minha tia levantou a cabeça e veio ao meu encontro segurando m
Último capítulo