O sol mal havia tocado os prédios da zona leste quando Eliezer servia café para Larry e sua mãe. A mesa estava posta com pão fresco, frutas e o cheiro reconfortante de café coado. Larry, em sua cadeira de rodas, sorria com leveza, tentando pronunciar palavras entre gestos e sons suaves. A mãe da Larry, paciente como sempre, traduzia com carinho.
— Ela disse que você exagerou no café — comentou ela, rindo.
— E ela está certa... credo — respondeu Eliezer, com uma carreta de quem bebeu algo azedo.
O dia parecia estar mais lindo que nunca, a paz e a felicidade do Eliezer trazia a sua humanidade aos poucos. O rapaz protetor, engraçado e brincalhão, aos poucos era capaz de ser vista pela sua esposa que mais que feliz estava radiante com isso, era tudo o que ela mais desejava, que o seu marido volte a ser como antes, o adolescente feliz e sensivel que um dia ela amou e ama doidamente.
Mas a paz foi interrompida por um som estranho — um zumbido agudo vindo do teto. Eliezer olhou para cima.