Helena
Quando o deixei naquela noite, algo dentro de mim se partiu. Não foi o amor — esse continua aqui, teimoso, pulsando em cada canto do meu peito. O que morreu foi a esperança. A crença ingênua de que Felipe Diniz pudesse amar sem ferir, sem destruir tudo o que toca.
O vento em São Paulo era gelado, cortava como lâmina. Caminhei sem rumo, o som do salto ecoando na calçada molhada como um lembrete cruel de que eu ainda existia. As luzes da cidade piscavam com um brilho debochado, refletindo nas poças d’água — como se zombassem de mim, da mulher que acreditou num homem feito de sombras.
E ainda assim, cada passo que me afastava dele era uma dor física. Como se algo me arrancasse por dentro.
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Dois dias se passaram. Foram dois dias longos, pesados e lentos demais. A cada hora, uma nova manchete. A cada manchete, mais uma ferida.
Felipe Diniz.
O magnata. O homem que comandava o mundo com um olhar — agora reduzido a acusações, a flashes, a vozes que o chamavam de monstro.
“Fraude. Co