Helena
Existem verdades que desmontam a gente. Outras… nos reorganizam de formas que jamais imaginamos. E existe essa. A que acabei de ouvir e que ainda pulsa no ar como um eco metálico: “O contrato do seu pai… e a morte do meu irmão… estão ligados.” Eu caminho pela sala como alguém tentando encontrar o chão depois de um terremoto. Mas não encontro. Porque não existe mais. Felipe tenta me acompanhar com os olhos, mas está tão fragmentado quanto eu. Pior: ele tenta esconder.
— Helena… senta um pouco.
— Não consigo. — minha voz sai trêmula, mas firme.
Eu sinto o peso disso tudo como se tivesse se instalado direto nas minhas costelas. O vídeo. O homem que deveria estar morto. Alguém que me chama pelo nome e diz me conhecer. E Felipe… Felipe sabendo mais do que ele permite dizer.
— Por que nunca me contou sobre o Caio? — pergunto, finalmente parando em frente a ele.
Ele respira fundo, como se a pergunta fosse um gatilho que ele temia.
— Porque eu nunca imaginei que isso pudesse vo