Felipe
O mundo fica estreito quando eu estou com medo. Tudo ao meu redor perde detalhe, perde textura, perde importância. Só resta um foco — único, absoluto, devastador: Helena. Ela está desaparecida há pouco mais de duas horas. Mas para mim… é como se o tempo tivesse virado ácido e estivesse corroendo minha pele por dentro.
Henrique sumiu. A câmera da garagem foi desligada manualmente. E o pior: o carro de Helena não cruzou nenhuma saída oficial da empresa. Ou seja: Alguém a tirou daqui. Alguém que conhece os mecanismos internos e que teve acesso ao subsolo técnico. E existe só uma pessoa capaz de se mover dentro de um sistema como o meu com tamanha precisão.
Adrian.
— Adrian, seu maldito filho da puta. — falo a mim mesmo.
Em seguida o meu telefone vibra. Se trata de uma mensagem de número desconhecido.
“Está pronto para brincar, Felipe?”
Eu sinto o sangue pulsar nos ouvidos. Sinto minha visão escurecer nas bordas. Dizem que o ser humano tem limites. Eu não. E Adrian sabe di