Giulia:
Rosa entrou no quarto em passos rápidos, vibrante em seu vestido de lantejoulas verdes, tão resplandecente que mal parecia uma mãe. O cheiro de cigarro e uísque a envolvia como uma aura de decadência, e aquilo sempre me deixava enjoada. Aquele aroma amargo era o resumo de sua vida — e da minha, indiretamente. Eu sabia que Nova Orleans era o mundo dela, e que ela jamais abandonaria aquele cenário, especialmente agora que havia encontrado seu “príncipe encantado”.
Ela carregava uma sacola, e não pude deixar de notar como éramos tão diferentes. Eu, pequena, introspectiva, loira como meu pai, Jesse, que nos abandonara em busca de sua própria liberdade. Já Rosa era uma visão cativante, com seus cabelos escuros e olhos azuis, um corpo que transbordava feminilidade.
Eu era lógica, racional. Ela, um turbilhão de sonh