Giulia:

Foi no MIT que minha vida realmente mudou. Cheguei a Cambridge com uma mochila surrada nas costas e uma caixa de papelão que carregava todos os meus pertences — o pouco que me restava, mas tudo o que eu precisava para recomeçar. No meio daquela multidão de estudantes apressados, senti pela primeira vez que finalmente pertencia a algum lugar. Todos pareciam imersos em suas próprias vidas, e ninguém se importou com a garota de calças largas e cabelo despenteado.

O dormitório tornou-se meu lar, e o MIT, minha vida. Mergulhei nas aulas de ciência da computação, trabalhava meio período numa livraria e, à noite, eu me transformava em Hórus. O perigo, a liberdade e o desafio de navegar por sistemas complexos se tornaram meu combustível. A deep web sussurrava meu nome em códigos silenciosos, e lá, Hórus era admirado, resp