Giulia:
Depois que os Lefèvre se foram e a adolescência chegou, a solidão se agarrou a mim como uma sombra persistente. Não importava onde eu estivesse, parecia que havia um vazio ao meu redor que ninguém conseguia preencher. Não me encaixava com as outras pessoas, ninguém parecia entender o que eu carregava por dentro, as perdas que pesavam. Minha mãe, sempre distante, achava que tudo era apenas “drama de adolescente”, algo que ela esperava que eu superasse com o tempo. Mas ela não via, ou não queria ver, que os Lefèvres eram a única verdadeira família que eu conhecera. Eles haviam sido meu porto seguro, e agora, eu me sentia à deriva.
Nos anos que se seguiram, refugiei-me em mundos onde eu tinha controle, onde a dor parecia mais fácil de suportar. Livros se tornaram minhas janelas para outras realidades, e nas páginas eu