Dante Salvatore
Era difícil ir embora, mesmo depois que a enfermeira sugeriu que ela descansasse. Mesmo depois de eu já ter dito tudo que precisava. Mesmo depois de Olivia me olhar daquele jeito — como se quisesse confiar, mas ainda estivesse com medo.
Mas eu fui. Dei o espaço que ela merecia. Fechei a porta devagar. Encostei as costas na parede do corredor e respirei fundo.
Só que algo não deixava meu corpo sair dali.
Eu conheço essa mulher.
Conheço cada uma das expressões que ela tenta esconder, cada respiro que ela solta como se ninguém fosse notar. Eu conheço aquele olhar vago e o modo como ela hesita quando vai falar alguma coisa. E conheço, também, o jeito que ela tem de esconder o que sente quando tá com medo de ser fraca.
Voltei.
Simples assim.
Voltei e entrei de novo no quarto.
— Achei que já tinha ido — ela disse, sem levantar os olhos.
— Eu tentei — falei, me aproximando devagar. — Mas tem uma coisa que eu preciso perguntar.
Ela franziu a testa, e notei como o corpo dela fi