Olivia Fernandes
Tudo parecia abafado.
O som, a luz, os pensamentos, tudo junto num emaranhado confuso. Era como se eu estivesse submersa em alguma coisa que não sabia nomear. E quando abri os olhos, pela primeira vez, achei que ainda estava dormindo. .
Meu corpo estava leve, como se flutuasse, mas minhas mãos estavam frias. O cobertor que cobria metade do meu corpo parecia grosso demais, e mesmo assim não aquecia.
Eu pisquei devagar, tentando entender onde eu estava e por que. A garganta arranhava, os lábios estavam secos.
Demorou uns bons segundos até tudo voltar com força: a empresa, o corredor, as pessoas falando alto, o chão gelado… e o rosto dele antes de eu desmaiar.
Dante Salvatore.
A imagem dele me veio como um sonho que eu tive há muito tempo. Ouvi com nitidez a voz dele gritando, perguntando o que estava acontecendo, o desespero na postura que geralmente é tão firme diante dos outros. E eu ainda meio tonta, ainda tentando me manter acordada, só consegui pensar que ele aind