Hellen narrando
Depois daquela manhã com Sérgio, não consegui encontrar paz dentro de mim. Cada vez que me lembrava do olhar dele, tão carregado de dor e desespero, um aperto me consumia. Eu sabia que havia mentido quando disse não o amar mais. Era falso. A verdade é que cada parte de mim ainda vibrava por ele. Mas eu precisava manter essa farsa, porque amar Sérgio era viver em uma prisão invisível. E eu não podia colocar meu filho nesse cárcere junto comigo.
Naquela noite, liguei para Anya. Precisava desabafar. Do outro lado da linha, sua voz saiu carregada de revolta:
— Eu te falei, Hellen! Esse homem está te cercando o tempo todo. É um louco! Juro, amiga… dá vontade de enfiar a mão na cara dele, só pra ver se entende de uma vez por todas que você não é propriedade dele.
Fechei os olhos, deixando escapar um suspiro cansado.
— Calma, amiga… acho que de agora em diante temos que conversar pessoalmente. No próximo fim de semana você estará de folga do plantão, certo?
— Sim,