Narrado por Sérgio
Eu sempre achei que já tinha sentido todos os tipos de medo: da perda, do luto. E o medo da culpa.
Mas nada — absolutamente nada — chega perto do medo que senti quando atendi a ligação dizendo que Hellen havia passado mal no hospital.
Corri como um louco. Nem lembro se fechei a porta do carro.
Quando atravessei o corredor e a vi deitada no consultório, pálida, com Luana Evas a obstetra e amiga dela examinando sua barriga e Anya chorando ao lado, meu coração quase despedaçou dentro do peito.
— Hellen… meu Deus, o que aconteceu?
Ela tentou sorrir, mas o sorriso dela estava quebrado, inseguro… tão diferente da minha menina forte.
Luana respirou fundo antes de responder:
— Ela perdeu líquido, Sérgio. A pressão está alta. O estresse… está afetando o bebê.
Minha visão escureceu por alguns segundos. Eu já sabia que ela estava no limite, via nos olhos dela. No jeito que ela acordava de madrugada.
No modo como tentava sorrir para não me preocupar.
Mas ouvir aquilo… Ouvir que