Narrado por Hellen
O vento frio de Londres dançava entre as folhas douradas do campus, espalhando-as pelo jardim onde tantas vezes eu e Alistair havíamos estudado e conversado sobre nossas pesquisas juntos. O mesmo banco de madeira ainda estava lá, gasto nas bordas, testemunha muda de conversas que pareciam de outra vida.
Fazia horas que eu voltara à universidade e, mesmo tentando fingir normalidade, algo dentro de mim continuava inquieto. Era uma sensação estranha — como se alguém me observasse de longe, mesmo quando eu estava sozinha. E, naquele momento, eu jurei ter visto uma sombra parada do outro lado da rua. Um vulto no espelho retrovisor do táxi. A cada minuto, o pressentimento era mais forte.
— Você está pálida, mulher — disse Anya, quebrando meus pensamentos. Ela me olhava por cima da xícara de café, os olhos azuis atentos. — Está mesmo pronta pra isso?
Suspirei, ajustando o cachecol. — Preciso estar. Ele merece ouvir de mim.
— E o “ele” não é o que me preocupa — retrucou, ar