Sergio Narrando
No momento exato em que terminei a ligação, Hellen saiu do banheiro, envolta em vapor, o rosto lavado e radiante. Retribuí o sorriso dela, sentindo um peso saindo dos meus ombros.
Muitas horas depois, depois de um café da manhã delicioso no apartamento pequeno e aconchegante dela, levei-a até o hospital. Antes de ela sair do carro, segurei seu pulso.
— Eu vou buscar você hoje à noite. Para um jantar — disse, mas não era pedido, era uma ordem. — Um jantar de verdade.
Ela sorriu, aquele rubor lindo subindo em suas faces, e acenou com a cabeça antes de desaparecer pela porta.
Fiquei parado um tempão, olhando o lugar onde ela tinha sumido. Pela primeira vez na vida, eu não estava lutando por um negócio. Estava lutando por ela.
Muitas horas depois, ao anoitecer, quando finalmente nos encontramos, levei-a para um lugar aconchegante, mas longe de olhares curiosos. De novo. Eu precisava contar a verdade para ela. Precisava dizer que era casado, que estava no meio de um