Minha mão tremia, ainda segurando a pasta de couro, o peso do dossiê sobre a minha vida era como uma pedra no meu estômago.
Cada página que eu havia acabado de folhear parecia gritar que o homem que acabara de me fazer se sentir adorada era, na verdade, um estranho com segredos perturbadores. Meu coração batia descompassado, dividido entre o choque e uma raiva crescente.
— Encontrei a playlist perfeita nesse celular — disse ele, sua voz leve e descontraída ao voltar para a sala, segurando um outro celular que notei não ser o que eu tinha visto antes. — É uma música que sempre me lembra...
Ele parou no meio da frase, os olhos caindo sobre a pasta em minhas mãos. O sorriso em seu rosto morreu instantaneamente, e ele congelou no lugar, o corpo tenso como se tivesse sido atingido por um raio. O celular escorregou um pouco de sua mão, mas ele o segurou firme antes que caísse, os olhos arregalados, oscilando entre pânico e algo que parecia culpa.
— Mi-Suk... — murmurou ele, a voz falhando,