O carro parou em frente à mansão dos Mancini como se estivesse fugindo de um incêndio. Lucca saiu sem esperar que o motor desligasse por completo. Os sapatos batiam no piso de pedra com a precisão de um veredicto. O segurança tentou intervir, mas bastou um olhar. Um só. Um daqueles que Lucca herdara da mãe — só que agora era contra ela.
Vitória estava nos fundos, cercada por suas orquídeas pálidas e silenciosas, cultivadas como troféus de controle. Usava um robe de seda branco, impecável. A taça de vinho equilibrada entre os dedos como se o mundo inteiro ainda estivesse em suas mãos.
Mas o ar mudou quando Lucca surgiu.
Ela o sentiu antes de vê-lo.
— Que surpresa, querido — disse, sem tirar os olhos da flor que examinava. — Espero que não tenha acontecido nenhuma tragédia…
— Aconteceu. Mariana Nardelli.
A frase caiu como um raio seco. Vitória ergueu os olhos devagar, sem pressa, mas os dedos traíram sua calma: apertaram o caule da flor com força suficiente para trincar.
— Ah… — ela mur