Sentamos no sofá. Ele me beijava — boca, pescoço. Aquele rabicho de barba raspando na minha pele não fazia nada legal, mas eu tentei. Eu precisava tentar. Não podia parar no primeiro. Tinha que pular as casinhas.
A mão dele chegou até minha calcinha, ainda seca. Eu sabia. Estava forçando. Mesmo com vinho, com aquela música sensual de fundo, ele descendo até minhas pernas, arranhando minha boceta com os dentes, com a língua...
Eu tinha me depilado pra isso.
E estava sendo um fracasso.
— Linda... você é uma gostosa do caralho... uh-ru! — disse, já colocando o preservativo.
Socar, socar, socar.
Quando gozou, parecia que tinha ido a Marte. Eu fiquei ali. Estirada numa cama de casal.
Perguntando que porra eu tinha feito pra merecer isso.
E como se nada mais importasse, me deu um beijo melequento. Tinha gosto de xebiu. O pior é que era o meu.
Eu achava nojento.
Colocou a bermuda, saiu pela porta como quem vai buscar uma cerveja na cozinha.
Fiquei sozinha, parada, nua, no silêncio do quarto.