Maria Vitória Bocci
Saí daquele quarto de hotel intrigada. Esperava que Alexandre desse um basta nos nossos encontros, mas aquele fim… foi mais do que um adeus. Foi um corte seco, profundo, deixado no ar como uma ferida exposta. Eu não sabia se ele se sentia envolvido o bastante pra me cobrar uma atitude, ou se aquela era só a maneira dele fugir — com a máscara da razão cobrindo o desejo que ainda queimava em nós.

Cheguei ao meu prédio sem surpresas. O carro prata de Marcelo estava do outro lado da rua. Estacionado como sempre. Mas ele não estava à vista. E, curiosamente, aquilo não me causou medo. Era só mais um capítulo repetido do mesmo pesadelo.

Desci do ônibus e caminhei devagar até a portaria. Mas antes que pudesse entrar, ele surgiu do nada, como uma sombra que sabe onde cortar.

— Ora, finalmente! — Marcelo veio na minha direção, a voz alta, arrastada pela bebida. A blusa social azul aberta, o peito suado, o cabelo desgrenhado. — Resolveu aparecer, a margarida!

O cheiro de álcool era insuportável.
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