Capítulo 13
Marcelo
A luz trêmula do projetor iluminava o canto mofado do porão como uma vela acesa em um túmulo. Era a terceira vez que eu assistia ao maldito vídeo naquela manhã, e ainda assim, não conseguia tirar os olhos da tela. O uísque em minha mão já não queimava, só escorria garganta abaixo como um lembrete morno de que eu ainda estava vivo. Vivo… mas morto para o mundo.
Luna estava viva.
E, pior, estava com Dante.
A risada dele no final do vídeo era um soco. Uma gargalhada satisfeita, debochada, logo depois de Luna dizer que queria ver a minha queda. Meu nome na boca dela como um veredito. Um alvo. Joguei o copo com força contra a parede, o vidro explodindo em mil pedaços, como o resto da vida que eu deixei para trás.
Eu. Marcelo Rivas. O nome que construí com sangue, acordos e silêncio. O homem que lhe deu um nome limpo, um apartamento confortável, um emprego de confiança. Eu a tirei do nada. A moldei. Dei a ela não só uma vida — dei uma identidade. E agora ela cuspia no pr