Capítulo 12
Dante
Ela estava mudada.
Eu vi isso nos olhos dela naquela noite — depois da gravação, depois da dor, depois do silêncio. Havia uma fúria nova em Luna Santiago. Uma firmeza que não vinha do medo, mas da escolha. Ela não queria só justiça. Queria derrubar tudo o que Marcelo Rivas construiu… e pisar sobre os escombros.
E era exatamente isso que eu precisava.
Esperei que amanhecesse. Deixei que ela tivesse suas horas de solidão, que lutasse com seus fantasmas. O poder real nasce do fundo do abismo. E quando Luna emergisse, não seria mais só uma peça no jogo. Seria uma jogadora.
Quando a encontrei pela manhã, ela já estava vestida — calça escura, camisa branca, cabelos presos com firmeza, como uma armadura. Não disse bom dia. Não perguntou nada. Apenas me olhou como quem já sabia o que viria.
— Tenho algo pra você — falei, oferecendo um envelope pardo. Ela pegou sem hesitar, abriu e leu rapidamente. Quando levantou os olhos, havia cálculo ali. E raiva contida.
— Isso é um carr