Cap 4

Vitorio Greco 

Santino_ Cara, você não sabe nada dessa garota? 

Meu primo e subchefe pergunta assim que o avião pousa na Sicília, Felippo também já havia me feito esse questionamento várias vezes durante o mês que se passou, enquanto acabávamos com os malditos mexicanos.

Dou de ombros.

Vitório _ Eu devia?

Pergunto sem dar muita importância ao assunto.

Felippo_ Devia, ela vai ser sua esposa, afinal, não tem curiosidade em saber como é a mulher com quem vai passar o resto da sua vida? Sei lá, você não sabe nem quantos anos a garota tem.

Santino_ Felippo tem um ponto, sabe como seu pai é maluco, vai que ele quer te casar com uma criança?

Vitório _ Agora, sim, estou preocupado, vou procurar saber qual a idade dela.

Felippo_ Só isso?

Vitório_ O que mais vocês querem?

Santino_ Vítor, entenda, ela será a sua esposa, depois de casados não dará mais para voltar atrás, e dessa vez não estou falando somente de aparência, você precisa saber se ela é confiável, se não vai ser uma pedra no seu sapato e atrapalhar os negócios da família, não pode ter uma inimiga debaixo do seu teto.

Felippo_ É, pela primeira vez o puto do seu primo está certo, é bom dar uma investigada na sua noiva antes do casamento.

Vitório_ Está bem, vocês venceram, descubram quem é a menina, como se chama, quantos anos tem, a rotina e tudo mais que conseguirem.

Os dois sorriem e se olham com cumplicidade.

Felippo_ Já fizemos isso.

Vitório _ por que isso não me surpreende? Tenho a impressão de que só investigaram por curiosidade e não por algum tipo de preocupação.

Santino_ Bom, isso também, mas não conseguimos nenhuma fotografia dela.

Vitório _ E o que conseguiram então?

Felippo_ Ela se chama Isabela Ferrari e tem 20 anos.

Vitório _ E a rotina?

Santino_ Nada de mais, ela não sai muito de casa, o pai é muito protetor, segundo nosso informante, ela faz aula de música duas vezes por semana, terça e quinta e é só.

Felippo_ Caso queira dar uma conferida no material, acabei de te enviar o endereço e o horário das aulas por e-mail.

Vitório_ Até parece, tenho mais o que fazer do que ir a Napoli somente para espionar uma garota estúpida.

Santino_ Eu iria.

Felippo _ Eu também.

Não digo nada, decidindo dar o assunto por encerrado, mas dentro de mim há a uma curiosidade crescente, nunca pude escolher nada na minha vida, a família sempre esteve em primeiro lugar, acima de qualquer vontade minha, prova disso é que vou me casar, e nunca quis isso para mim.

Mas não sei, algo me faz querer ir até aquela merda de cidade e ver a tal noiva que meu pai me arrumou, não que eu esteja planejando ser fiel ou tentar ter uma relação normal com ela, mas sei lá, Felippo e Santino tem razão, na máfia não existe divórcio, antes de firmar um compromisso eu preciso conhecer a candidata em questão, saber se ela é confiável.

 Um mês depois, quando entramos na enorme mansão do dom naquele fim de tarde eu já havia me decidido, iria até a bendita escola de música para analizar a garota nem quem fosse de longe.

O noivado é daqui a alguns dias e veio a calhar algumas reuniões que terei com o dom da Camorra sobre as rotas de comércio e desembarque no porto que queremos, assim terei tempo para observar e investigar a minha noiva.

Apos dois dias embarco para Nápoles, junto com Felippo e Santino, só não contei a eles o que pretendo fazer, não quero nenhum dos dois achando que tenho o mínimo interesse na garota.

Na terça feira cá estou eu, do outro lado da rua, olhando fixamente para a escola de música, em minha visão periferica notei o carro com os seguranças parado próximo de onde estou a espera da garota, o que vai facilitar meu trabalho para identificá-la.

Não demora muito e aula acaba, os alunos começam a sair e uma garota me chama a atenção de um jeito insano, ela caminha distraída mas ao mesmo tempo tensa, e noto que vem na direção dos seguranças, no meio do caminho um rapaz para ela e diz alguma coisa, ela sorri de forma educada conversa por um momento, mas logo se afasta continuando o seu caminho.

Quanto mais ela se aproxima, mais sua beleza me impreciona, seus cabelos longos são de um tom alaranjado natural, sua pele é branca e da curta distância onde estou posso ver várias sardas espalhadas pelo seu rosto, pescoço descendo pelo decote do vestido simples.

Meus dedos coçam de desejo para contar cada pintinha daquela, além da curiosidade de saber até onde elas vão.

O copo da garota, mesmo em uma ropa comportada se mostra perfeito, cheio de curvas delicadas, e quando ela olha em minha direção como se tivesse procurando alguém, encontro os olhos mais azuis que já vi na vida, quase perco o fôlego com a visão.

O nariz é fino e bonito e a boca é uma perdição, a garota é linda e parece não fazer ideia do quanto é deliciosa e deslumbrante.

Mas parece ter menos de vinte anos, será que não mentiram a idade dela?

Quando ela finalmente encontra os seguranças, observo-a dizer alguma coisa para eles, todos entram no carro e saem dando a volta no quarteirão.

Já eu, fico ali, estático, parece que só agora consegui me lembrar de respirar.

Então aquela é a Isabela, minha noiva.

Sorrio de lado, extasiado por sua beleza e com a porra do coração disparado.

No fundo eu sei que não foi só sua aparência que me atraiu, tem algo nela que me chama, que me faz querer ouvir a sua voz, descobrir como é o seu sorriso e...

Que merda estou pensando, isso é só a porra de um negócio.

Praguejando baixinho saio dali e vou para o hotel, prometendo para mim mesmo que não voltarei mais a vê-la ate o dia do nosso noivado, mas quinta feira cá estou eu, mais uma vez parado no mesmo lugar, dessa vez o carro dos seguranças não está mais ali, e eu me pergunto se Isabela não veio hoje.

Mas meu informante me garantiu que sim, ela tinha vindo para fazer a aula de música.

Enquanto espero, divago sobre sua aparência tão incomum para uma italiana, será que a mãe dela é de uma máfia estrangeira?

Mas alguns minutos se passam e lá está ela, a ruiva que me tirou o sono nas duas últimas noites.

Não gosto de como ela meche comigo, mas não posso evitar.

Isabela caminha com passos incertos e a cabeça abaixada, dessa vez ela está usando Jeans e sueter, cobertos por um casaco grosso, pois o dia está frio e chuvoso.

Os cabelos estão soltos para o meu deleite, eles são tão bonitos e a cor, aquele tom laranja natural e tão raro de se ver combina tanto com ela.

Quando a garota ergue o olhar e seus olhos azuis magníficos encontram os meus é como se o tempo tivesse parado.

Não há reconhecimento ali, sem dúvida ela não sabe quem sou, mas parece tão mexida quanto eu, logo seu rosto fica rubro, e ela parece envergonhada, acabei de descobrir um traço da sua personalidade, ela é tímida.

Acho que gosto disso, o que é estranho, afinal, sempre gostei de mulheres experientes e sem pudor algum na cama, daquelas que sabem que entre quatro paredes vale tudo, mas com essa garota é diferente.

Coisas que antes nunca me chamaram atenção em uma mulher, nela me atraem para caralho.

Ela tem uma inocência e uma doçura que chega a ser mística.

Isabela ergue a cabeça uma segunda vez, como se para ter certeza de que eu ainda estou ali, de que ainda estou olhando para ela e é claro que estou, não consigo afastar meus olhos dela.

Nossa conexão é quebrada quando o carro para diante dela e um segurança desce e abre a porta.

Ela me lança um último olhar tímido, entra no automóvel e vai embora...

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