NARRAÇÃO DE SARA...
Acho que me tornei ousada demais.
Invadi seu quarto sem pedir licença. Abri o guarda-roupa e encarei suas roupas perfeitamente alinhadas, como se me chamassem. Escolhi um moletom largo, macio, que me abraçasse no frio da noite. Depois, no banheiro, peguei uma toalha reserva e arranquei de vez a roupa de empregada — junto com a sensação de submissão que ela carregava.
A água quente do chuveiro escorreu por mim, lavando o cansaço e atiçando a imaginação. Sorri ao me pegar pensando em Brady, nu, sob o mesmo jato de água, o corpo forte encostado ao meu. Tocar seria uma tortura e, ao mesmo tempo, uma salvação.
Quando terminei, vesti a calça larga sem calcinha por baixo. O tecido escondia, mas não apagava o fato de que eu estava úmida só de pensar nele. Peguei suas meias e caminhei pelo chão gelado até o escritório.
A cena me paralisou: Brady diante da janela aberta, contemplando os flocos de neve. O vento frio entrava, mas a lareira rugia atrás dele, criando um contrast