NARRAÇÃO DE SARA
No dia seguinte, acordei bem cedo. Mesmo sonolenta, mesmo cansada, saí à procura de Evelyn. Eu sabia que ela iria despertar com uma ressaca moral daquelas... e não me enganei. Ela estava destruída.
Precisei contar em detalhes a loucura da noite anterior. E, pasmem, quando mencionei que Stefan havia decidido dar a ela o espaço que tanto queria, Evelyn desabou. Chorou debaixo do chuveiro como se fosse sua primeira queda diante da vida.
O som da água caindo, abafado pelo azulejo, se misturava ao soluço contido. Aquele choro me trouxe pena, mas também a lembrança do quanto Evelyn é orgulhosa. Nunca admite o que sente, mesmo quando está estampado em sua face: apaixonou-se por Stefan, e ele não mede esforços para conquistar o coração dela.
Esperei. Aguardei que se recompusesse, certa de que, quando saísse, eu assumiria o que estava vivendo.
Demorou. Quando enfim abriu a porta, veio enrolada na toalha, o vapor escapando junto com ela. Seu rosto estava tão vermelho quanto o c