Selene Castiel
A porta se fecha com um estalo que reverbera pelo meu corpo mais do que pelo quarto. O salto esquerdo cai num canto, o direito no outro. Tiro o vestido e jogo em qualquer lugar do quarto e pego robe de seda, que escorrega pelos meus ombros com um arrepio que não tem nada a ver com frio. Jogo a bolsa sobre a poltrona, respiro fundo e deixo meu corpo tombar na cama como se estivesse fugindo de mim mesma.
Mas eu não fujo. Nunca fugi. Sempre encaro tudo de frente. E agora... o problema é que o que eu preciso encarar é o meu próprio desejo.
A imagem da pista de dança ainda me queima por dentro. O calor da mão de Caius na minha cintura. O corpo dele colado ao meu, duro, quente, presente demais. O jeito como ele me segurou, como se tivesse esquecido por um segundo que ainda somos inimigos declarados. Ou talvez porque ele soubesse que somos muito mais perigosos quando fingimos que não somos.
Meus dedos tremem ao desabotoar o robe. A seda escorrega, mas não é frio o que faz meu