Enquanto isso, no rancho, Lia, ela estava sentada no sofá ao lado da filha, Helena, uma adolescente sensível e muito madura para seus dezesseis anos. A conversa entre as duas era silenciosamente carregada de emoção e de esperança.

— Filha... — começou Lia com a voz suave — nós não podemos apagar o passado daquelas meninas. Não há como mudar o que aconteceu com elas... Mas talvez possamos oferecer algo diferente a partir de agora. Uma nova chance. O que você acharia de ter uma nova irmã? Uma irmã do coração?

Helena ergueu os olhos atentos para a mãe e esboçou um pequeno sorriso, sincero.

— Se elas aceitarem, mamãe... eu adoraria. Principalmente aquelas duas que estavam acorrentadas. Eu vi a forma como elas se agarravam uma à outra. Será que a senhora conseguiria fazer uma adoção conjunta?

Lia acariciou os cabelos da filha com ternura e respondeu:

— Aqui é diferente do Brasil, meu amor. Lá eu era promotora de Justiça, mas agora vou começar