A tarde estava calma no Rancho Langford. Na ala silenciosa onde Mari ainda permanecia desacordada, a luz suave filtrava pelas cortinas, tocando seu rosto sereno com delicadeza. Ela não se movia, mas seu peito subia e descia com lentidão, como quem flutuava em um mundo só seu.
Beatriz entrou devagar, acompanhada do obstetra, doutor Hugo, e de Dereck, que segurava o equipamento portátil de ultrassom. A doutora Lori e o doutor Michael já estavam na sala, observando em silêncio. Era uma tentativa — talvez a última — de alcançar Mari por meio da única coisa que ela ainda poderia reconhecer: o som da vida que ela ajudou a preservar.
Beatriz se aproximou da cama com cuidado, sentou-se na cadeira ao lado e pegou suavemente a mão da amiga.
— Boa tarde, Mari... — começou, com a voz embargada. — Hoje eu vim aqui só para você escutar o coraçãozinho dos bebês. Eles estão tão ansiosos, sabia? Querendo que você acorde logo.
Ela sorriu com os olhos mare