A brisa leve do início da manhã soprava pelas janelas amplas do Rancho Langford, e os sons de pássaros ao longe contrastavam com o silêncio cauteloso que reinava na ala reservada para o tratamento das meninas. A doutora Lori Novak, psicóloga especializada em traumas infantis severos, ajeitava os cadernos de anotações sobre a mesa acolchoada da sala de atendimento. Ao seu lado, o doutor Michael Reis, psiquiatra infantil com vasta experiência em casos extremos, folheava silenciosamente as fichas clínicas das meninas resgatadas.
— Linda será a primeira, comentou Lori, em voz baixa. — Ela não responde a estímulos emocionais normais, exceto quando o nome de Beatriz é mencionado. Chama-a de “mamãe”. Vamos precisar ter muita cautela.— Ela foi levada por outra menina, Mari, até o local do cativeiro, não é? — indagou Michael, com olhar atento.— Exato. Mari está em estado de desligamento emocional completo, o que nos indica dissociação profunda. Linda, por outro l