A sala silenciosa onde quatro meninas repousavam em camas separadas — algumas com ataduras nos braços, outras com hematomas visíveis — era um retrato da dor que não se dizia em voz alta. As janelas abertas deixavam entrar uma brisa suave de fim de tarde, mas o ar ainda carregava tensão, medo... e esperança.
A porta se abriu devagar. A mulher que entrou trazia consigo uma energia diferente — suave, materna, firme. Seus olhos eram serenos, e seu sorriso, contido pela emoção, mas presente.
— Boa tarde, meninas. Eu sou médica pediatra. Cuido de crianças e adolescentes há muitos anos — disse ela com voz calma, como quem contava uma história de ninar.
As quatro a observaram com desconfiança, como se já tivessem visto sorrisos que doíam. Mas ela não recuou. Deu um passo à frente, depois outro.
— Eu sei que vocês já ouviram promessas de ajuda antes... E que foram machucadas por quem deveria protegê-las. Por isso, eu não vim aqui para prometer na