O dia começou com o cheiro do café se misturando ao vento frio que entrava pela janela.
Mila acordou antes do despertador, mas dessa vez não foi por preocupação — era só aquela ansiedade boa que parecia morar dentro dela desde que as coisas começaram a mudar.
Vestiu uma blusa grossa, prendeu o cabelo num coque desarrumado e foi até a cozinha.
O sol ainda subia devagar, tingindo o lago com uma luz pálida que fazia tudo parecer mais quieto.
Enquanto preparava o café, o celular vibrou sobre a bancada.
Era uma mensagem dele.
"Pode abrir a porta?"
O coração dela disparou de um jeito tão inesperado que precisou apoiar as mãos na pia para se recompor.
Abriu a porta com um sorriso que nem tentou disfarçar.
Blerim estava ali, encostado no batente, as mãos nos bolsos e o cabelo bagunçado pelo vento.
Parecia que tinha dormido pouco — ou que também acordara cedo só por não aguentar esperar.
— Desculpa aparecer sem avisar — disse ele, num tom que soava quase envergonhado. — Mas… queria te pergunta