A manhã seguinte chegou cinzenta e silenciosa na mansão. A noite intensa no galpão ainda pairava como um peso sobre Dante e Amara, e o silêncio entre eles era carregado de tensão não dita.
Amara estava na sala, encostada na janela, braços cruzados, ainda sentindo o peso da exaustão. O braço ferido pulsava, lembrando-a de cada disparo, cada passo dado no galpão.
— Você está bem? — Dante perguntou, surgindo atrás dela, a voz baixa, quase um rosnado contido.
Ela se virou devagar, cruzando os braços com firmeza.
— Bem o suficiente para não precisar de você me carregando por aí — respondeu com ironia, mas o olhar traía preocupação por ele também.
Ele respirou fundo, aproximando-se, olhos escuros fixos nela.
— Amara… — começou firme — Hoje você descansa. Não vai subir em carro nenhum, não vai enfrentar ninguém, não vai se colocar em perigo.
— Eu posso me virar — ela respondeu, a voz firme, tentando soar resistente, mas um leve cansaço escapava.
— Não hoje — Dante cortou, a v