**Maria Silva**
Heitor estava parado ali, o chapéu sombreando seu rosto, mas com um sorriso de leve reprovação.
“Essas uvas estão quase prontas para a colheita. Se você quiser, posso te trazer algumas. Mas essas daqui…” Ele fez uma pausa, como se escolhesse as palavras com cuidado. “Elas não são para você.”
Soltei a mão das uvas, sentindo uma leve vergonha e dando um sorriso tímido.
“Desculpe, eu estava só... curiosa.”
Heitor assentiu, os olhos carregados de uma expressão quase acolhedora e observadora.
“Curiosidade é o que faz a vida interessante, Maria. Espero que, durante esses dias aqui, você consiga aproveitar a calma desse lugar. E matar sua curiosidade com as uvas.”
O vento frio soprou pelo parreiral, e senti uma tranquilidade que parecia incomum para mim. A presença de Heitor tinha algo reconfortante, como se a própria calma daquele lugar fosse refletida nele. Talvez esses dias na fazenda fossem mesmo o que eu precisava para organizar a cabeça. Olhei para ele mais uma vez, per